sexta-feira, 12 de outubro de 2007

A Função da Família no Desenvolvimento dos mais Jovens


O grupo humano que chamamos família não é um fenômeno recente, aparece em todas as culturas ao longo da história, como forma espontânea de organização social. Com diferentes características: predomínio da chefia materna ou paterna, mais nuclear ou mais ampla, incluindo avós ou tios e seus filhos. A família vem ao encontro de resolver um problema da nossa espécie que é o caráter imaturo dos filhotes humanos. Assim como em outras espécies o filhote nasce quase pronto para sobreviver, na espécie humana precisará, depois do nascimento, de mais um ano para pôr-se de pé, começar a andar e iniciar seu longo processo de autonomia.

Essa maturidade coloca ao humano uma relação de extrema dependência com os adultos.

Eles cuidam de sua alimentação, de sua proteção ao frio ou calor exagerados, de mantê-los limpos, interpretar as suas necessidades e deslocá-los nos espaço. Junto com o cuidado corporal o adulto oferece ao filhote afeto e palavras, começando a transmissão de enorme herança cultural dos humanos. A infância do homem é das mais longas, porque tem mais para aprender. A família então deverá transformar filhotes imaturos em humanos capazes de ingressar na cultura de sua sociedade. As condições básicas para atingir este objetivo parecem ser:

Comunicação - Nós, humanos, temos a facilidade de falar e comunicarmos através de palavras. Isto é exclusivo da nossa espécie. Porém, a comunicação adulto-criança, em muitos grupos familiares, limita-se a falas destinadas a dar ordens ("para com isso", "vai tomar banho", "vai pra cama"), convencer ou impor. Em famílias com níveis adequados de cominicação, a criança não somente recebe indicações, ela é consultada, ouvida, tomada em conta nas suas opiniões e recebe explicações em relação a decisões que a envolve. Conversar pelo prazer de conversar com as crianças ajuda-as a desenvolver esta habilidade e muitas vezes poderá definir o êxito ou fracasso na escola e na vida social;

Controle - Os adultos exercem espontaneamente controle sobre o comportamento das crianças, favorecendo algumas atitudes e desalentando outras. O repertório usado pelo adulto para influenciar a criança vai desde o castigo corporal, a privação de algo desejado, a ameaça verbal, ou a geração de culpa - "veja como eu fico com dor de cabeça por sua culpa". Um controle exagerado gera crianças tímidas e envergonhadas. Quando envolve severos castigos ou violência familiar promove comportamentos agressivos das crianças fora de casa, na escola ou no grupo social. Quando o controle é muito frouxo ou inexistente, teremos crianças confusas, inseguras e com dificuldade de adaptação às situações novas;

Exigências de Maturidade - As crianças precisam saber o que o adulto espera dela. Quando o adulto espera pouco geralmente elas instalam-se em atitudes imaturas. Exigir maturidade envolve oferecer a elas desafios adequados às suas capacidades, nem mais, nem menos. Exigências muito altas levam a criança ao fracasso, provem insegurança e dano à auto - estima. Mesmo que algumas crianças talentosas façam esforço, tornam-se "homenzinhos" precocemente, rnunciando ao jogo e a aspectos criativos da sua personalidade.

Afeto - Os adultos de um modo geral, amam as crianças, mas nem sempre elas sabem disso. Uma condição importante para intervir no desenvolvimento dos mais jovens é a capacidade do adulto para expressar afeto. Esta capacidade ajuda a criança a conhecer-se por analogia, a interpretar os próprios estados de ânimo sem apavorar-se, dá segurança e diminui a angústia tão freqüente quando se enfrenta o crescimento. Expressar afeto envolve falar de afeto. Quando se pratica-se no cotidiano, pode-se melhor colocar limites, já que a criança recebe paralelamente a garantia de que os limites não envolvem perda de amor.

Um nível baixo de comunicação dos afetos em algumas famílias produz crianças desnorteadas, inseguras e com dificuldade para entrar em contato com os próprios sentimentos e os (aleios - em espanhol), gerando dificuldades secundárias de aceitação nos grupos.

Podemos concluir que um grau de controle equilibrado, com exigências próprias à capacidade da criança, a comunicaçlão fluida e a expressão franca dos afeots define os funcionamentos familiares que mais ajudam os jovens no caminho para tornarem-se humanos equilibrados e satisfeitos.
Este artigo foi retirado do site: www.mundomulher.com.br

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