quinta-feira, 15 de novembro de 2007

Reflitamos

"Fracassar só é grave quando não se consegue identificar as causas do insucesso. Avaliar e apreciar as razões de nossa incapacidade momentânea já é uma vitória. Organizar-se tecnicamente para reduzir progressiva e metodicamente a imperfeição é a melhor e a mais incontestável das funções pedagógicas."
Célestin Freinet

A Gestão Educacional e a LDB

A Gestão Educacional e a LDB

Lei de Diretrizes e Bases da Educação 9.394/ 96 *Valdivino A. de Sousa

A gestão educacional passa pela democratização da escola sob dois aspectos: a) interno - que contempla os processos administrativos, a participação da comunidade escolar nos projetos pedagógicos; b) externo - ligado à função social da escola, na forma como produz, divulga e socializa o conhecimento. A partir da análise de alguns trabalhos recentes (pesquisas realizadas na área de gestão educacional) o estudo pretende trazer suporte teórico para uma reflexão sobre o tema de forma que seja possível ultrapassar o nível de entendimento sobre gestão como palavra recente que se incorpora ao ideário das novas políticas públicas em substituição ao termo administração escolar. O fato de que a idéia gestão educacional desenvolve-se associada a um contexto de outras idéias como, por exemplo, transformação e cidadania. Isto permite pensar gestão no sentido de uma articulação consciente entre ações que se realizam no cotidiano da instituição escolar e o seu significado político e sócia.

A valorização da escola privada como solução para democratização da educação estão comprometendo algumas conquistas gestadas por ocasião da Constituição Cidadã de 1988. Não há dúvida que o movimento de gestão democrática da educação avançou nas décadas de 80 até meados da década de 90. Hoje, este movimento sofre retrocessos, embora a Lei de Diretrizes e Bases da Educação 9.394 de 20 de dezembro de 1996 tenha confirmado a participação não só na gestão da escola, mas também na construção do projeto político pedagógico, de acordo com a regulamentação em leis municipais. No entanto esta participação não se consolidou na gestão da educação e muito menos nas propostas pedagógicas das escolas. Três motivos explicam esta situação precária da gestão da escola. Primeiro, o projeto político conservador que está embutido nas práticas administrativas. A administração ou é excessivamente burocrática e controladora privilegiando a uniformidade, disciplina e homogeneidade dificultando qualquer gesto de criatividade ou incorpora práticas de programas empresariais de qualidade total. Segundo, a falta de formação ética e política dos gestores eleitos privilegiam interesses privados em detrimento dos coletivos e públicos. Terceiro, a confusão estabelecida pelo pragmatismo das políticas neoliberais de privatização no setor administrativo público, de tal forma que nem dirigentes em seus cargos administrativos nem dirigidos conseguem distinguir mais o que é público e o que é privado. Como construir neste contexto uma participação democrática na gestão e na construção da proposta pedagógica da escola? Os governos neoliberais entendem que propostas de participação da comunidade na administração das escolas devam ser através de programas como: Amigos da Escola?,Dia da Família na Escola?, Escolas de Paz?. Associações de Apoio à Escola? e Organizações não governamentais?. Os educadores e pesquisadores entendem que não é suficiente permanecer na denúncia. Isto a mídia o faz muito bem.

É fundamental lutar para manter as conquistas democráticas constitucionais. É preciso ir além e se comprometer com uma construção democrática cotidiana em diferentes setores da sociedade e do Estado. As práticas do cotidiano escolar constituem um horizonte para o surgimento, crescimento e consolidação de um projeto democrático alternativo. A investigação das práticas docentes, administrativas e culturais é este horizonte que aponta uma direção. Afinal, a quem servem estas práticas? Que projeto de sociedade e de Estado está embutido no diálogo dos educadores e educandos? Que significado possui a interlocução entre saberes acadêmicos e saberes de experiência feitos? conforme ensinara Paulo Freire?

A LDB, em seus artigos 14 e 15, apresentam as seguintes determinações: Art. 14 - Os sistemas de ensino definirão as normas da gestão democrática do ensino público na educação básica, de acordo com as suas peculiaridades e conforme os seguintes princípios:
I. participação dos profissionais da educação na elaboração do projeto pedagógico da escola;
II. participação das comunidades escolar e local em conselhos escolares ou equivalentes. Art. 15 - Os sistemas de ensino assegurarão às unidades escolares públicas de educação básica que os integram progressivos graus de autonomia pedagógica e administrativa e de gestão financeira, observadas as normas de direito financeiro público. Cabe aqui, nesta regulamentação o princípio da autonomia delegada, pois esta lei decreta a gestão democrática com seus princípios vagos, no sentido de que não estabelece diretrizes bem definidas para delinear a gestão democrática, apenas aponta o lógico, a participação de todos os envolvidos. Nesse ínterim, o caráter deliberativo da autonomia assume uma posição ainda articulada com o Estado. É preciso que educadores e gestores se reeduquem na perspectiva de uma ética e de uma política no sentido de criar novas formas de participação na escola pública, tais como ouvindo, registrando e divulgando o que alunos e comunidade pensam, falam, escrevem sobre o autoritarismo liberdade da escola pública e as desigualdades da sociedade brasileira. É tecendo redes de falas e de registros, ações e intervenções que surgirão novos movimentos de participação ativa e cidadã.

O novo paradigma da administração escolar traz, junto com a autonomia, a idéia e a recomendação de gestão colegiada, com responsabilidades compartilhadas pelas comunidades interna e externa da escola. O novo modelo não só abre espaço para iniciativa e participação, como cobra isso da equipe escolar, alunos e pais. Ele delega poderes (autonomia administrativa e orçamentária) para a Diretoria da Escola resolver o desafio da qualidade da educação no âmbito de sua instituição. Em certa medida, esta nova situação sugere o papel do último perfil de líder mencionado: o que enfrenta problemas "intratáveis", cuja solução não é técnica, mas de engajamento e sintonia com o grupo que está envolvido e que tem muito a ganhar com a superação do desafio. No caso da escola, a qualidade da educação é interesse tanto da equipe escolar, quanto dos alunos e de suas famílias (além do Estado, das autoridades educacionais e da nação como um todo). Sua melhoria depende da busca de sintonia da escola com ela mesma e com seus usuários. Uma escola de qualidade tem uma personalidade especial, que integra os perfis (aspirações e valores) de suas equipes internas, alunos, pais e comunidade externa. Desenvolvimento profissional de professores e funcionários. Estados planejaram investir em programas de capacitação de professores e dirigentes escolares,Incluiu um programa de capacitação em liderança de escolas estaduais inovador baseado na escola. O enfoque da capacitação prático e não teórico. Os programas e seu material de apoio são desenvolvidos por grupo de treinamento central. O objetivo dos estados participantes é reforçar o conteúdo de capacitação e desenvolver escolas para demonstração. O fator crítico para o alcance do objetivo do estado é de descentralizar o processo divisório das escolas. Por que incentivar o desenvolvimento dos professores e funcionários. As duas razões principais para que se tenha uma forte ênfase ao desenvolvimento dos funcionários e professores são: crescimento profissional e desenvolvimento pessoal.

Os funcionários devem se sentir motivados para treinar e aprender mais na área em que atua, isto vai ser lucro para ambas as partes escola e funcionário.
Os diretores poderão crescer mais em seus projetos e desenvolver cada vez melhor seu "perfil", sendo capaz de solucionar problemas com decisões certas.
Porque sem este desenvolvimento os diretores tomavam decisões baseadas apenas em experiências e muitas vezes sem dinâmicas e sem percepção.

Estratégias participativas do desenvolvimento de pessoal.Tanto os professores como os gestores devem ser envolvidos na concepção de programas de desenvolvimento de pessoal. Há cinco elementos chave de urna abordagem participativa de desenvolvimento pessoal.
1 - Consultar o pessoal sobre o que consideram necessário para promover o seu próprio crescimento e aprimorar o seu desempenho.
2 - Retribuir eu reconhecer o tempo dedicado à participação em atividades de desenvolvimento de pessoal
3 - utilizar os quatro princípios de programas de capacitação eficazes. Esses princípios são:
a). envolver os participantes na apresentação de concertos, idéias, estratégias e técnicas.
b). planejar a aplicação dos conceitos acima.
c).dar aos participantes feedback sobre o uso de novos conceitos.
d). Permitir que os participantes aplicassem seus novos conhecimentos.
4 - Certificar-se de que o diretor da escola está presente e participar de todos os programas realizados em serviços.
5 - Acompanhar a utilidade de cada atividade de desenvolvimento profissional, apôs a realização da mesma.

Notas e referências bibliográficas
Silva, Jair Militão - A autonomia da Escola Pública, e o Projeto Político Pedagógico da Escola: uma construção coletiva.


*Acadêmico de Direito, Contador CRC-SP 223.709,
pedagogo com licenciatura plena em Administração escolar,
Gestão e Magistério, Mestrado em Ciências da Religião, e pós graduando em docência do ensino superior.

terça-feira, 6 de novembro de 2007

Leitura é prioridade em escola tocantinense

Na Escola Estadual XV de Novembro, em Tocantinópolis (TO), toda segunda-feira é dia de planejar as atividades da semana escolar. O calendário inclui todas as disciplinas curriculares e integra as turmas — da educação infantil ao ensino fundamental — em torno de um projeto semanal comum. A posição de destaque é sempre da leitura. Para professores e diretoria, atividades de produção textual e leitura são a base para um aprendizado sólido. “Sem ler e entender o que se está lendo é impossível resolver um problema de matemática ou aprender biologia”, exemplifica o professor Carlos Henrique Aguiar. Ele dá aulas de alfabetização para a turma de aceleração, destinada a crianças que estejam fora da série correspondente à idade. O professor compartilha da visão de toda a equipe escolar, que no fim de setembro elegeu o dia D da leitura e movimentou professores, alunos e funcionários. As turmas dos professores Carlos Henrique e Joelda Caetano da Silva Bispo uniram-se para apresentar uma peça, adaptada de um conto do escritor Ivan Ângelo. Os professores explicam que o conto, Negócio de Menina com Menino, foi escolhido por abordar temas presentes no dia-a-dia das crianças. “Passarinho, gaiola e diferenças sociais”, resume Carlos Henrique. As crianças tiveram de ler o conto e encená-lo. Para isso, usaram uma gaiola e muita imaginação. “A história fala do menino pobre que se depara com uma menina rica da cidade. De repente, o pai dela quer comprar o passarinho que o menino demorou a manhã toda para encontrar, mas ele não vende”, conta Joelda. A leitura não se restringe às aulas de alfabetização ou português e se mistura aos conteúdos de todas as disciplinas. Na semana do dia D, a professora de ciências Eunice Martins Pereira resolveu levar o conteúdo da sala de aula para a cozinha. Os alunos pesquisaram receitas e, para preparar os alimentos, tiveram de identificar os números fracionários correspondentes às medidas de ingredientes e aprender sobre os componentes da cada receita. “Eles acrescentaram três quartos de copo de açúcar e descobriram que a beterraba tem vitaminas A, B, C, as quais previnem anemia e resfriado”, conta Eunice. Os alunos prepararam um bolo de beterraba e doces conhecidos como brigadeiro. De forma divertida, perceberam como a leitura é fundamental para qualquer atividade e como a matemática e as ciências estão presentes em coisas simples do dia-a-dia. Biblioteca — Independentemente das atividades do calendário semanal, todos os dias, em todas as salas, há o momento da leitura, no qual são trabalhados diferentes tipos de texto — contos, notícias, poemas, histórias em quadrinhos e até bulas de remédios. Os alunos ainda visitam semanalmente a biblioteca, além de participar das atividades previstas com o professor. Eles são acompanhados por uma monitora, responsável pela biblioteca, que desenvolve a leitura de forma diversificada, ao contar histórias e estimular a interpretação, a escrita e a oralidade. Segundo a coordenadora pedagógica Maria Ezilene Marinho, a maioria das crianças já sabe ler e escrever aos oito anos de idade. Cada professor compreende a importância de se ensinar a ler e escrever desde cedo.A professora Joelda, que ensina os alunos do segundo ano, diz que já passou por vários desafios ao se deparar com crianças pouco ou nada alfabetizadas. Quando isso ocorre, ela não desiste. “Estamos aqui para isso mesmo: superar os desafios”, destaca. Ela lembra a história de uma aluna muito distraída em sala, incapaz de acompanhar as aulas. “Cheguei a suspeitar que ela fosse especial. Mas, trabalhando no reforço, com palavrinhas e texto, ela deu um salto. Hoje, lê que é uma beleza”, orgulha-se. Para Joelda, a recompensa da dedicação está no aprendizado do aluno. “A gente se sente gratificada ao ver o resultado.”
Os nove professores da Escola XV de Novembro têm nível superior. Eles recebem cerca de R$ 1,5 mil por 40 horas de trabalhos semanais.

Maria Clara Machado
Fonte: http://portal.mec.gov.br

Tempo integral assegura aprendizado em Tocantinópolis

Calor de mais de 30 graus e cheiro de comida pronta. É quase hora da merenda na Escola Estadual XV de Novembro, em Tocantinópolis (TO). Em filas indianas, meninos aguardam, ansiosos, a vez de se refrescar. As três duchas do banheiro masculino são generosas. Tanto que o diretor precisa apressar os mais demorados. No feminino, as meninas repetem o ritual que precede o almoço. A cena se renova toda manhã, por volta das 11h30. Os alunos da escola, que atende 15 comunidades próximas a Tocantinópolis, a 570 quilômetros de Palmas, chegam às 7h e só saem às 17h. Eles estudam, fazem as refeições e até tomam banho antes de almoçar. Na escola de tempo integral, as crianças precisam colocar em prática as noções de higiene que aprendem nas aulas de ciências. Para comer, é preciso estar de mãos bem limpas. Depois das refeições, todos escovam os dentes, sob a supervisão de professores e do diretor. Além de colocar em prática noções de higiene, o aprendizado em dois turnos permite reforçar o conteúdo. A fórmula, que une ensino e acompanhamento da vida e da saúde dos alunos, rende bom desempenho aos estudantes, que estão acima da média nacional em leitura e matemática. A Prova Brasil de 2005 revela que na quarta série a média dos estudantes em matemática foi de 238; a de leitura, de 232 — a média nacional em matemática ficou em 180 e de leitura, 172. Os alunos da oitava série também superaram expectativas. Tiraram nota 287 em português, enquanto a média nacional foi 222. Em matemática, a média foi 323, contra 237 da nacional. Os bons resultados surpreendem porque grande parte dos alunos vem de famílias pobres e vive em situações desfavoráveis. “A maioria dos pais depende da renda de programa sociais. Pelo nível de escolaridade, eles só conseguem emprego como diaristas em casa de família, por exemplo. A maioria não tem o ensino fundamental completo”, afirma o diretor da escola, Dorismar Carvalho de Sousa. Sem livros em casa e com pais que têm pouca ou nenhuma formação escolar, os alunos contam fundamentalmente com a escola para aprender. O ensino integral foi a receita que o estado e os dirigentes escolares encontraram para tornar a aprendizagem efetiva e ainda investir no lazer e nos esportes.Atividades — De manhã, os estudantes têm aulas do currículo regular e, à tarde, reforço e atividades extras. Para assegurar o aprendizado, os deveres são feitos em sala, à tarde, e corrigidos em seguida. “Eles fazem as tarefas na escola porque os pais não têm condições de ajudar. Até porque alguns alunos não têm em casa nem uma mesa de estudos”, diz o diretor.Dever corrigido e conteúdo reforçado, é hora de aulas de pintura, filosofia, rodas de leitura, jogos e brincadeiras. Os professores procuram diversificar as atividades e levam os alunos aos laboratórios de informática, de matemática e à biblioteca. Eles desenvolvem oficinas de produção textual, educação artística e improvisam jogos, como bingos. São nove salas de aulas, biblioteca, brinquedoteca, sala de vídeo e dois laboratórios.
“Também usamos o espaço sob a sombra do pé de manga. Lá, promovemos competições de soletrar palavras e a olimpíada de matemática”, acrescenta a coordenadora pedagógica Maria Ezilene Marinho, em alusão ao ao pátio, no centro do qual fica a mangueira. Segundo a coordenadora, a intenção das atividades é espantar a preguiça e estimular os alunos de maneira divertida, sem limitá-los ao espaço das salas.

Maria Clara Machado

Fonte: http://portal.mec.gov.br

domingo, 4 de novembro de 2007

Glóssário Pedagógico

APLICATIVOS: Referem-se à produtos de software. Podem ser processadores de texto, sistemas de autoria, programas de desenho, pintura, ilustração, planilha eletrônica, entre outros.
APRENDIZAGEM COLABORATIVA: A noção de colaboração parece ser uma valiosa maneira de encorajar o acontecer do aprendizado em sala de aula. O termo colaboração, segundo Paul Brna (1998, in Revista Brasileira de Informática na Educação), é vista como um conjunto de possíveis relações entre os participantes. Envolve uma atividade sincrônica, coordenada, que é resultado de uma contínua tentativa de construir e manter uma concepção partilhada de um problema.

APRENDIZAGEM COOPERATIVA: Técnica na qual os estudantes se ajudam no processo de aprendizagem, atuando como parceiros entre si e com o professor, visando adquirir conhecimento sobre um dado conteúdo. Refere-se ainda à troca de experiência entre parceiros. O trabalho cooperativo é realizado através da divisão do trabalho entre os participantes como uma atividade onde cada pessoa é responsável por uma porção da solução do problema.

APRENDIZAGEM COOPERATIVA MEDIADA POR COMPUTADOR: Área de estudos que trata de formas pelas quais a tecnologia pode apoiar os processos de aprendizagem promovidos através de esforços cooperativos entre estudantes que estão trabalhando em uma dada tarefa.

APRENDIZAGEM COOPERATIVA DISTRIBUÍDA: Consiste no desenvolvimento de atividades centradas na aprendizagem cooperativa com o suporte das tecnologias da Internet ou Intranet. A comunicação e a interação são pontos chave utilizando-se da tecnologia para a troca e busca da informação, e, posteriormente para a formação de um corpo de conhecimento comum.

AVALIAÇÃO DIAGNÓSTICA: É uma das formas possíveis de avaliação do desempenho do aluno. Visa diagnosticar e identificar qual o nível de conhecimento do aluno a respeito de dado conteúdo.

AVALIAÇÃO FORMATIVA: É também uma das formas de avaliação do desempenho do aluno. Visa avaliar o rendimento do aluno durante todo o processo de aprendizagem em um curso, ou módulo ou, ainda, tópico determinado para estudo. Durante esta avaliação é possível detectar falhas ou dificuldades ao longo do processo de um programa de estudo em EAD.

AVALIAÇÃO SOMATIVA: Uma das formas de avaliação de desempenho do aluno. Ocorre ao final de dada porção de conteúdo. Pode ser vista como uma prova, um teste, um trabalho de fim de curso a fim de verificar o conhecimento adquirido ao longo do processo de estudo. Procura verificar a totalidade de conhecimento aprendido.

AVALIAÇÃO QUANTITATIVA: É também identificada como um processo de medida. São atribuídos valores quantitativos aos itens de testes e provas. São verificadas respostas certas ou inadequadas.

AVALIAÇÃO QUALITATIVA: É realizada tanto ao longo do processo (formativa) como ao final do processo de aprendizagem (somativa). Consideram-se métodos diversos de acompanhamento do aluno como técnicas de observação, participação nos debates, nos seminários e em outras técnicas de aprendizagem ou estratégias de ensino.

BIBLIOTECA VIRTUAL: Coleção de livros, textos e informações textuais representadas de diferentes formas disponíveis de forma organizada, catalogada segundo padrões especificados pela Ciência da Informação na rede de telecomunicações.

BROWSER (NAVEGADOR): Software aplicativo que permite a procura na rede como textos, imagens, gráficos de maneira aleatória ou sistemática.

CD-ROM: dispositivo de armazenamento de informações de forma digital.
Chat ou sessão bate-papo: É um sistema onde são permitidas conversas on line, onde uma ou mais pessoas participam ao mesmo tempo de uma conversa.

COMPORTAMENTALISMO (BEHAVIORISMO): Tem sua origem no trabalho de J.B. Watson. Em sua visão, a psicologia diz respeito somente ao comportamento não se ocupando de mecanismos de formação da consciência ou de raciocínio. A aprendizagem é definida como uma mudança observável do comportamento do indivíduo. A estrutura interna do raciocínio e do processo de aprendizagem não são fatores relevantes neste processo.

COMUNICAÇÃO SÍNCRONA E/OU ASSÍNCRONA: diz-se da comunicação realizada on line que pode ser em tempo real (síncrona), isto é, simultânea, ou com uma defasagem de tempo, isto é, de forma assíncrona.

CONSTRUTIVISMO: De acordo com Freitag (1993), o construtivismo é descrito como uma corrente de pensamento que vê o processo de aprendizagem como uma ação refletida de construção interiorizada nas estruturas mentais, onde o pensamento não tem fronteiras, ele se constrói, se desconstrói, se reconstrói, baseado no pressuposto de que as estruturas do pensamento, do julgamento e da argumentação dos sujeitos não são impostas aos indivíduos, de fora, nem são, porém, consideradas inatas. São o resultado de uma construção realizada por parte do sujeito em longas etapas de reflexão. Os maiores representantes são J. Piaget e L.S. Vygotsky.

CORREIO ELETRÔNICO DE VOZ: sistema similar ao correio eletrônico que permite o envio e a recepção de arquivos de voz digitalizados via rede.

FAQ ( FREQUENTLY ASKED QUESTIONS): Lista de perguntas e respostas relativas às dúvidas mais comuns sobre determinado assunto

FERRAMENTAS: Diz-se de mecanismos disponíveis on line para facilitar a comunicação entre os usuários da rede. Exemplos podem ser: programas de mecanismo de busca de informação, programas para comunicação como e-mail, fórum, entre outros.

FÓRUM: Discussão aberta onde uma ou mais pessoas possuem o conhecimento do assunto em questão e um grupo inteiro participa.

GRUPOS DE DISCUSSÃO E/OU E-GROUPS OU NEWSGROUPS: Ferramenta que permite a troca pública de mensagens sobre os mais variados assuntos que possibilita o armazenamento das mensagens em determinado local.

HARDWARE: Equipamento, partes físicas de um computador como mouse, monitor, teclado, entre outros.

HOME PAGE: Página inicial de qualquer endereço eletrônico com conexão ou hyperlinks para outros servidores da Internet.

INTERATIVIDADE: Fenômeno elementar das relações humanas entre as quais estão as relações educacionais. Depende da cultura do grupo. A interação em EAD não ocorre apenas entre o aluno e o conteúdo, mas sim entre alunos entre si, entre aluno e professor, entre alunos e o professor, entre alunos e a instituição de ensino e ainda entre todos os elementos que compõem o universo do indivíduo inscrito como aluno.

INTERFACE: Constitui o meio pelo qual se realiza a interação entre o usuário e o software no qual ele interage. A interface é o que se vê, assim, no caso de uso educacional é fundamental uma interface agradável entre o aluno e o ambiente de aprendizagem mediado por novas tecnologias. O termo interface designa um elemento discreto e tangível através do qual o usuário anui a informação e sua manipulação em um sistema computacional. É a forma de representação do modelo organizacional da informação, uma forma de visualização do conteúdo e o meio que permite o acesso a este mesmo conteúdo.

LISTA DE DISCUSSÃO: Sistema de armazenamento e distribuição de mensagens eletrônicas para grupos específicos sobre detrmindo tema, no qual todos os participantes recebem a mesma mensagem.

MODERADOR: Função exercida por um integrante de uma lista de discussão e tem por finalidade evitar que aquele fórum tenha seus objetivos desvirtuados. Geralmente um moderador interfere quando as discussões resvalam para a agressividade ou quando a lista começa a receber grande número de mensagens cujo teor esteja fora do assunto para o qual a lista foi idealizada.

MULTIMÍDIA/HIPERMÍDIA: Os sistemas hipermídia/multimídia caracterizam-se pelo tipo de informação que é especificada, manipulada, editada, armazenada e recuperada. Podemos representar diferentes tipos de informações em um computador, tornando-o um meio tecnológico para o aprendizado e a comunicação. Em seu sentido mais amplo refere-se à apresentação de informações através da integração de distintas mídias (textuais, visuais, sonoras e animadas), em uma única apresentação. É, na verdade, um método de integrar e projetar tecnologias de computador em uma só plataforma, de maneira a permitir ao usuário final inserção, criação, manipulação e utilização com o uso de uma só interface de usuário.

MURAL OU QUADRO DE AVISOS: É um serviço on line onde mensagens são colocadas e ficam à disposição da comunidade para leitura. Em comparação com o correio eletrônico, o mural eletrônico oferece a vantagem de a mensagem existir sob forma de cópia única, mais econômico em termos de espaço ocupado e permanece durante um determinado tempo exposta no site para todos os usuários do serviço.
NETIQUETA OU NETIQUETTE: Termo que se refere às boas maneiras de usar a Internet, como não enviar mensagens que possam ofender alguém ou escrever com letras maiúsculas, por exemplo.


SALA DE AULA ELETRÔNICA: Utiliza múltiplas janelas para disponibilizar a informação sobre o conteúdo que está sendo ensinado/aprendido e sobre o ambiente de trabalho do aluno e do professor. Em geral, cada aluno tem uma sala de trabalho pessoal que está interligada em rede com os outros componentes do grupo. Emulando uma sala de aula tradicional , o sistema permite que o professor apresente uma lição on line aos alunos nas estações de trabalho remotas. Os alunos e professor possuem janelas com lista de presença, perguntas e comentários dos participantes, além das ferramentas como chat, mural, agenda , entre outras.


SITE: endereço cuja porta de entrada é sempre sua homepage.

SOFTWARE: conjunto de linhas de código com um intuito ou propósito definido, configurando um programa para computador.

TAXONOMIA DE OBJETIVOS EDUCACIONAIS: e acordo com Bloom, a taxonomia para objetivos educacionais compreende três grandes domínios: cognitivo, afetivo e psicomotor. Nos ambientes on line trabalhamos com o desenvolvimento do domínio cognitivo, já que este refere-se aos objetivos vinculados à memória e ao desenvolvimento das capacidades e habilidades intelectuais. Bloom descreve a aprendizagem como um crescendo de níveis mais complexos.
Os níveis de complexidade da área cognitiva são:
CONHECIMENTO: relembrar o que foi aprendido. Pode ser uma grande quantidade de fatos, mas consiste, apenas, em recuperar informação;
COMPREENSÃO: Habilidade para explicar o conhecimento em suas próprias palavras;
APLICAÇÃO: Habilidade para usar abstrações em situações particulares e concretas. O indivíduo reconhece quando, onde e como utilizar o conhecimento;
ANÁLISE: Habilidade de dividir o que foi aprendido em partes de tal forma que sua estrutura organizacional seja entendida;
SÍNTESE: Habilidade para unir partes ou conceitos a fim de formar um todo;
AVALIAÇÃO: Habilidade de julgar material baseado em critérios reconhecendo suas conexões e interações.

http://www.edukbr.com.br/colunas/glossario.asp?

O que podemos fazer para motivar nossos alunos em sala de aula Autor: Cybele Meyer

O que podemos fazer para motivar nossos alunos em sala de aula

As crianças de hoje não sabem o que é brincar no quintal de casa pois a maioria delas, principalmente as que vivem nas grandes cidades, moram em apartamentos.


No período em que vão para a escola, também não há muita diferença em relação ao espaço destinado ao lazer pois são muito poucas as escolas que constroem prédios próprios.

Normalmente utilizam-se de casas e adaptam, transformando-as em escolas. Uma casa com 3 quartos, por exemplo, que servia anteriormente para abrigar uma família de 5 pessoas, tansforma-se em uma escola com 50 ou até mesmo 60 alunos por período, que disputam o mesmo espaço.

Espaço para correr e brincar não é o único fator desfavorável às crianças do século XXI no tocante a escola.

Não podemos deixar de mencionar que vivemos na era da informação, melhor dizendo, da informação instantânea. Vivemos na era da informática, onde com apenas um “clic” temos todas as informações desejadas, ao nosso alcance.

Como, nós professores, poderemos transformar a nossa sala de aula em um lugar motivador para estas crianças que respiram computador e videogames?

De que forma, em sala de aula, poderemos competir com as cores e o dinamismo dos jogos eletrônicos?

Os videogames, a televisão, o computador dispõem, através de seus recursos audiovisuais, da magia de transportar o intelecto da criança para galáxias distantes. Propicia que ele voe, que ele encontre e se comunique com os seres mais exóticos que se possa imaginar. Proporciona que ele construa um personagem, dê a ele uma família, uma sociedade inteira, fazendo com que ele viva nesta cidade com todo o dinamismo de uma vida “real” verdadeira. Tudo isso sem que ele precise levantar-se do sofá.

O que então resta para a escola, numa sala de aula, onde a criança também tem que permanecer sentada, só que, ao invés de um controle remoto é um lápis que ela tem na mão. Ao contrário de galáxias fluorescentes ou de cenários construídos com cores vibrantes, o que há à sua frente é uma lousa que pode ser branca, preta, verde ou até mesmo azul. Não importa a cor, tudo ali é estático.

De que forma então o professor poderá “prender” a atenção deste aluno, que deixou em casa lhe esperando, toda aquela “máquina de sonhos”!Difícil responder?

É uma competição injusta?

No meu modo de ver – NÃO.

Vocês podem me perguntar: - Por quê?

Porque o professor tem nas mãos o maior recurso que o ser humano pode ter – O CÉREBRO!

Todos estes brinquedos também trabalham com o cérebro. Só que com a parte ILUSÓRIA do cérebro. Depois que deixou de ser ilusória, ou seja, depois que a criança ultrapassou todas as fases e chegou ao final do jogo, não há mais interesse naquele jogo. Daí a necessidade constante da criação de novos jogos. Nestes jogos a criança tem a consciência de que terá um fim. Ela sabe onde deve chegar.

Já o professor o poderá conduzir a caminhos infinitos através do RACIOCÍNIO.

O raciocínio é tudo o que temos de bom. A criança que sabe raciocinar terá desenvolvido nela a auto-confiança, pois saberá que para tudo haverá um caminho, uma solução, um lugar a chegar.

O professor que prepara uma aula totalmente expositiva, “recheada de conhecimentos” correr o risco de ter sua aula rotulada como ‘massante” e sem qualquer atrativo. Hoje em dia, qualquer pessoa tem acesso livre, através dos computadores, a uma enorme quantidade de informações.

O professor, na verdade, terá que levar seus alunos a descobrir, através do raciocínio, tudo aquilo que ele quer ensinar. Terá que desenvolver neles a criatividade. Ter criatividade é enxergar o óbvio. É ver tudo aquilo que sempre esteve ali e ninguém viu.

Ele poderá se valer de pistas, de dicas ou de qualquer outro recurso que leve o aluno ao raciocínio e conseqüentemente irá despertar nele o interesse para o tema abordado.

O professor que souber conduzir sua aula num eterno “raciocinar” além de atingir totalmente seu objetivo, será um professor amado por seus alunos.

“Feliz aquele que transfere o que sabe e aprende o que ensina”Cora Coralina

Um grande beijo da equipe da Pré- a-Pós Assessoria!

sexta-feira, 2 de novembro de 2007

Nossa Ponte Presidentre Dutra

Ponte Presidente Dutra ( BA - PE)

COMENTÁRIOS SOBRE O TEXTO: A INTERNET NA ESCOLA

1 Carlos - Araraquara-SP - Sensacional este artigo, realmente, veio de encontrou aos meus pensamentos, sobre esse magnifico meio auxiliar de aulas que são os computadores, principalmente quando plugados a internet de preferencia banda larga. Concordo plenamente com tudo, pois não basta apenas colocar os computadores na escola. Precisa ter tecnicos auxiliares na sala de computação, material para impressão dos trabalhos pesquisados, etc,etc. Este artigo deveria ser enviado diretamente ao Governador do Estado de São Paulo e Secretaria de Educação. Parabens.26/10/2007 00:17:18

2 Valéria plaisant - Rio de Janeiro Professor, Sou professora de Inglês e desenvolvo um projeto sobre o Rio de Janeiro nas tr~es escolas do estado que leciono. Participo de reuniões pedagógicas e tenho tentado ajudar alguns colegas entenderem que a Internet faz parte da vida de nosso aluno. Estou montando um blog com projetos e fotos das atividades fora de sala com os alunos. Gostaria muito de poder colocar esta brilhante conclusão desta sua matéria no blog. É claro que colocarei a fonte conforme deve ser citada. Parabéns e muito obrigada pela brilhante matéria.1/9/2007 21:07:42

3 Patricia Mattioli - Bauru - SP A sociedade contemporânea desenvolveu novas formas de viver e de se organizar e, como conseqüência, necessita de novas formas de educar. Sabe João Luis, o cenário educativo nos desafia a formar pessoas capazes de se adaptar a um mundo em rápida mudança e de absorver os avanços tecnológicos. Fato este, que nos impõem novas dimensões à tarefa de ensinar. Entretanto, um novo papel deve ser desempenhado pela escola, por nós educadores e pelos alunos. Com o apoio das ferramentas tecnológicas muitas janelas, inerentes a todas áreas do conhecimento, podem ser abertas. Podemos abordar de forma lúdica inúmeros conceitos. Desenvolver habilidades cognitivas, psicossociais e motoras. Estimular a contextualização, concretização do aprendizado da leitura/escrita, inteligência, imaginação, criatividade, afetividade, socialização, autoconfiança e prazer pela leitura. Possibilitar a construção de comunidades virtuais de grande impacto social. Enfim, hoje nós professores e alunos, temos a oportunidade de utilizar a escrita para descrever/reescrever suas idéias, nos comunicar, trocar experiências e produzir histórias. Temos assim a oportunidade de romper com as paredes da sala de aula e da escola, integrando-a à comunidade que nos cerca, à sociedade da informação e a outros espaços produtores de conhecimento, além de aproximarmos o objeto do estudo escolar da vida cotidiana e, ao mesmo tempo, nos transformando em uma sociedade de aprendizagem e também da escrita.12/7/2007 13:16:00
Valeu Colegas EDUCADORES de todo o Brasil que estão comentando o texto do nosso querido professor João Luís Almeida Machado!
Espero em breve postar mais comentários, inclusive de Educadores de nossa Região.
Um forte abraço da Equipe!

A Internet na Escola

A Internet na Escola

A Internet revolucionou o mundo. Não há como deixar de reconhecer as mudanças efetivadas pelo surgimento da rede mundial de computadores em praticamente todos os setores de atividade humana, inclusive na educação. Em alguns segmentos as alterações foram tão grandiosas que estabeleceram estruturas praticamente novas para seu pleno funcionamento, como no caso das atividades bancárias, comerciais e até mesmo industriais.
Em outros setores a inserção da Internet segue a passos firmes, porém não tão velozes. É isso o que percebemos, por exemplo, no que se refere à agricultura e à educação. Nesse sentido acredito que possa ser questionado quanto a entrada das Tecnologias de Informação e Conhecimento (TICs) na escola pela percepção generalizada de que nos últimos anos os investimentos no setor, tanto da iniciativa privada quanto da pública, têm sido vultosos...
Podem argumentar alguns leitores que o avanço é nítido e perceptível em função do rápido surgimento de laboratórios de informática, cursos de computação, materiais específicos para o ensino na área, profissionais especializados de plantão nas escolas e até mesmo pela proliferação de trabalhos educacionais na Web.
Sem qualquer sombra de dúvidas podemos vislumbrar a materialização do sonho das Tecnologias sendo incorporado ao cotidiano das escolas através dessas ações. No entanto vale lembrar que a aquisição e disponibilização de equipamentos e conexões de nada vale se não se efetivar um trabalho sério, responsável e, principalmente, pedagogicamente inteligente com todas essas ferramentas.
Colocar computadores nas secretarias da escola sem conectá-los a uma rede que permita a socialização das informações entre os membros da comunidade servida por uma escola ou conjunto de escolas é o mesmo que dar telefones para as pessoas sem que elas possam ligar umas para as outras.

Montar laboratórios de informática e utilizá-los apenas para algumas poucas atividades de pesquisa ou de uso de CD-ROMs é um enorme desperdício de tempo, recursos materiais e trabalho humano. Utilizar os computadores apenas como intermediários que agilizam a produção de textos, planilhas, slideshows ou alguns outros softwares de aplicação geral também não condiz com as expectativas e possibilidades educacionais desses instrumentos.

A propósito, é de fundamental importância que os educadores não se esqueçam que todos esses equipamentos são necessários, parte da realidade atual e futura da educação no Brasil e no mundo, extremamente úteis e ágeis, mas que não devem ser considerados como fim, e sim como meio para a efetivação de uma educação mais qualificada.

A utilização desses recursos não deve promover o esquecimento ou o ocaso de todos os outros instrumentais próprios do trabalho educacional que vem sendo utilizados até o presente dia. Livros, revistas, jornais, filmes, lápis, caderno, caneta, borracha, canetinhas coloridas, papel sulfite, cartolina, tesoura, cola e tantos outros aliados do trabalho dos professores devem continuar sendo utilizados com regularidade e, de preferência, em consonância com as práticas relacionadas às Tecnologias de Informação e Comunicação.

Destaco essa idéia em praticamente todos os eventos em que participo, pois penso que o encantamento pelos computadores e, especialmente, pela Internet tem ofuscado os outros recursos e, em determinados casos, até mesmo, sepultado boas idéias, práticas e trabalhos anteriores associados aos mesmos.

Digo aos participantes desses eventos que sou partidário das tecnologias na sala de aula, demonstro através de minha atuação enquanto professor que realmente as utilizo e que acredito em sua eficácia, entretanto sempre ressalvo que o maior aliado do trabalho em educação é e sempre será o livro...

Nesse artigo da coluna Diário de Classe trago a tona uma experiência que desenvolvemos há algum tempo atrás através do Planeta Educação que ficou conhecida como Coliseum. Não irei entrar em pormenores técnicos quanto ao projeto. O objetivo é essencialmente pedagógico e tem como finalidade demonstrar que o uso casado da Internet com recursos básicos da sala de aula é possível e necessário.

Seguem abaixo duas atividades propostas no projeto para avaliação de nossos visitantes:

Atividade 1: A Sociedade Romana – Como obter escravos?
“Na República e no Império, foram múltiplos os canais que abasteceram com cativos a produção escravista romana. (...) O comércio internacional teria sido uma ... essencial fonte de escravos. Havia muito, o Mediterrâneo era palco de um importante comércio de homens. Entre outros, comerciantes e piratas alimentavam incessantemente os grandes mercados de cativos – Quios, Delos, etc. Com a expansão das fronteiras de Roma, os romanos viam-se em contato direto com os chamados povos bárbaros, que dispunham de contingentes populacionais negociáveis – prisioneiros das guerras locais, devedores insolventes, mulheres e homens capturados em razias, crianças e jovens vendidos pelos parentes, etc. A lei impedia a escravidão por dívidas apenas dos romanos. Multidões de habitantes das províncias, endividados, caíam na escravidão. Em Roma, os comerciantes pagavam taxas de importação, de exportação – portorium – e de venda – vectigal – de cativos. Os escravos vendidos nos mercados romanos eram expostos, comumente nus, sobre estrados ou gaiolas. Tinham os pés pintados de branco – signo de escravidão. Pergaminhos pendurados aos pescoços indicavam origem, preços e habilidades. Os cativos podiam ser negociados em grupo ou individualmente. Os vendedores eram obrigados a declarar – em alta e viva voz, no momento da venda – os vícios e as enfermidades das mercadorias. Entre tais ‘defeitos de fabricação’, encontravam-se a tendência à ‘vagabundagem’, à ‘fuga’, ao ‘suicídio’; a surdez; a miopia; a epilepsia, etc. A falta de informação ou a falsidade dela podiam levar à anulação do ato de compra ou à indenização do comprador, num prazo máximo de seis meses a um ano, respectivamente.” (MAESTRI, Mário. O Escravismo Antigo. Coleção Discutindo a História. São Paulo: Atual, 1994. págs. 53-54)

Introdução: Eram longos (e tortuosos) os caminhos que levavam os escravos aos mercados romanos. Assim como as condições desse comércio eram as piores e mais degradantes que se pode imaginar. Situações como essas, descritas no texto do historiador Mário Maestri, acabavam por criar rebeliões (como vimos no caso de Espártaco), fugas e um crescente ódio por parte dos cativos em relação a Roma (que se transferia a seus familiares, a seus amigos, a seus povos de origem).
O que fazer?1- Produzir painéis em que se apresentem as seguintes idéias apresentadas no texto:-

a) Um dos grandes mercados de cativos, como os de Quios e de Delos, com os escravos sentados e acorrentados (ou enjaulados).

b) Os escravos, embarcados em navios de comerciantes e de piratas, sendo levados para os mercados romanos.

c) Mercados de escravos em Roma, onde seja possível ver escravos, em cima de gaiolas ou de estrados, com uma marca branca no braço, com um pergaminho a indicar suas habilidades, origens e preços.

Como?

a) Utilize-se dos filmes assistidos (Ben-Hur, Spartacus e Gladiador) para conseguir imagens que sirvam como referência para a composição de seus painéis. Em todos eles, há sequências que podem auxiliá-los na elaboração de seus trabalhos. Gladiador apresenta os escravos, numa poeirenta cidade em domínios romanos, sendo negociados com um comprador. Ben-Hur nos mostra os escravos numa galé (embarcação romana), sendo obrigados a remar para que o barco se movimente. Spartacus mostra o personagem central sendo comprado numa área de mineração.

b) Componha os painéis em cartolinas brancas. Utilize-se de uma técnica de composição ensinada por seus professores da área de artes (não há preferências, portanto, vocês podem se organizar para que esses trabalhos sejam feitos com guaches, nanquim, giz de cera, lápis de cor,...).

c) Façam modelos em escala reduzida para que vocês saibam o que pretendem quando forem colocar suas idéias na cartolina.

d) Procurem imagens adicionais na internet ou em livros de história que possam ser utilizadas como modelos para o trabalho artístico que pretendem desenvolver.

Avaliação:

Os quesitos avaliados serão:

a) A qualidade da composição artística.
b) O conteúdo das pinturas (se estão de acordo com as descrições, modelos e conteúdos pedidos).
c) As fontes visuais utilizadas como inspiração devem ser indicadas (filmes, imagens de livros, material coletado da internet).

Atividade 2: A Economia Romana – A Agricultura
“...a prosperidade material que sustentava a sua vitalidade intelectual e cívica provinha em proporções esmagadoras do campo. O mundo clássico era massivamente, inalteradamente, rural nas suas proporções quantitativas básicas. A agricultura representou, ao longo de sua história, o setor em absoluto dominante na produção, fornecedor invariável das maiores fortunas das próprias cidades. As cidades greco-romanas nunca foram predominantemente comunidades de manufatores, comerciantes ou mercadores: eram, na sua origem e princípios, agregados urbanos de proprietários de terras. Todas as ordens municipais, da democrática Atenas até a oligárquica Esparta ou à Roma senatorial, eram essencialmente dominadas por proprietários agrários. O seu rendimento provinha do trigo, do azeite e do vinho, os três grandes artigos básicos do Mundo Antigo, em propriedades e quintas fora do perímetro físico da cidade propriamente dita.” (ANDERSON, Perry. Passagens da Antiguidade ao Feudalismo. Porto: Afrontamento. Pg. 17-29)

Introdução: O texto de Perry Anderson nos dá algumas informações muito importantes sobre a economia dos romanos, particularmente sobre a agricultura. Sobremaneira destacada como a principal atividade dos romanos, mesmo sabendo-se do destaque dado aos centros urbanos na história daquela civilização. A origem das grandes famílias patrícias, assim como a base de seu poder se estabelece a partir da posse de terras e da utilização produtiva das mesmas. Outro dado interessante refere-se a base da produção como sendo o trigo, o vinho e o azeite, que atualmente, ao lado do queijo (obtido a partir do leite de cabra), constitui a chamada dieta mediterrânea, considerada uma das mais saudáveis do mundo.

O que fazer?

1- Faça uma pesquisa acerca das técnicas utilizadas para o plantio da uva, do trigo e da oliveira e para a produção dos vinhos, dos pães e dos azeites. Descubra se essas técnicas derivam de práticas adotadas pelos povos da Antiguidade Clássica, particularmente dos romanos. Com base nessa pesquisa, resolva as seguintes atividades:

a) Façam uma descrição por escrito e através de desenhos (quadrinhos), de uma técnica usada pelos romanos para a produção ou de vinho, ou de azeite ou de pães a base de trigo.

b) Apresentem uma técnica agrícola usada pelos romanos para o plantio de uma das culturas básicas (uva, trigo ou oliveiras).

Como?

- Entrem em contato com universidades e faculdades que possuam departamentos de agronomia para conseguir informações a respeito da história da agricultura na Antiguidade Clássica.
- Procurem informações a respeito das técnicas de produção de uva, trigo e azeitonas na atualidade e, vejam se existem dados a respeito das técnicas usadas pelos povos antigos para plantar tais produtos. Comparem os processos atuais com os antigos.
- Naveguem na internet, pelos sites de busca (google, alltheweb, radaruol, yahoo, altavista...) , para obter dados sobre a produção de uva, trigo e azeitonas, assim como, para a transformação desses produtos em vinhos, pães e azeites.

Avaliação:

Serão avaliados os dados obtidos quanto às técnicas de produção dos gêneros agrícolas (uva, trigo e azeitonas) e de seus derivados (vinhos, pães e azeite). Outro importante aspecto avaliado será a apresentação de um desenho ilustrativo e explicativo da produção de vinhos, pães ou azeites (apenas um dos três produtos) na Antiguidade Clássica, entre os romanos.

Através dessas duas atividades pretendemos demonstrar que:

a) É necessário um planejamento das atividades envolvendo o uso das Tecnologias de Informação e Conhecimento paralelamente as práticas pedagógicas propostas regularmente em sala de aula.
b) Os estudantes devem ser informados de cada uma das propostas de trabalho em detalhes para que não apareçam dúvidas quanto aos encaminhamentos do projeto. O professor deve disponibilizar tempo e espaço para compartilhar essas idéias e acompanhar de perto a realização das mesmas.
c) Os trabalhos propostos devem estar em consonância com o planejamento e a grade curricular das séries com as quais o professor irá realizar esse projeto (nesse caso trabalhávamos com alunos da 8ª série do Ensino Fundamental).
d) O respaldo em livros de referência das disciplinas trabalhadas é de essencial importância.
e) Ao propor atividades diferenciadas que envolvem leituras, pesquisa em sites da Internet, produção artística, o uso de filmes ou outras estratégias e recursos motiva os estudantes e, ao mesmo tempo, evita que eles simplesmente copiem e colem informações da Web ou de enciclopédias.
f) Ao trabalhar com Internet sempre tentem indicar sites e portais em que as informações sejam confiáveis. Para isso não se esqueçam que atestados dessa confiabilidade são: a identificação do autor dos artigos; a disponibilização desses materiais por instituições privadas ou públicas de reconhecidos méritos e história; que a linguagem dos artigos deve ser gramaticalmente correta; a utilização de referências e indicação de locais de pesquisa para a elaboração também podem servir como indicação de qualidade dos trabalhos.
g) O Planeta Educação, através da coluna Dicas de Navegação, apresenta aos professores uma relação de portais e sites relacionados a educação, cultura, tecnologia, ciência, arte e outros temas de importância para ajudar na pesquisa pela rede mundial de computadores.

Para concluir esse texto, destaco palavras que escrevi para um dos artigos da coluna Dicas de Navegação para que possamos refletir sobre o uso dessas ferramentas na Educação:

O que mais desejamos é conseguir que nossos alunos caminhem apoiados por seus próprios pés. Que se sustentem em cima da bicicleta depois que os auxiliamos nas primeiras pedaladas e depois dos tombos iniciais. Que consigam alçar seus vôos em direção ao infinito, desafiando as leis da gravidade e da própria imperfeição anatômica percebida nos seres humanos quanto à capacidade de voar como os pássaros.

Queremos que nossos estudantes encabecem as revoluções que esperamos venham a acontecer no futuro. Que liderem as pesquisas que vão varrer a Aids e o Câncer do planeta. Que sejam os homens e mulheres que irão assinar as leis que acabam com a pobreza e as enormes desigualdades sociais que assolam o planeta. Que quebrem os recordes, assinalem novas teorias, assombrem o mundo com uma arte totalmente renovada...

Como conseguir isso se as escolas não dão ferramentas, autonomia e combustível para a realização de todas essas façanhas? Onde estão tais instrumentos? Quais são os caminhos? Que possibilidades reais temos de efetivar essas transformações? O maior recurso que possuímos é a nossa incrível capacidade de aprender, de nos aperfeiçoar, de implementar soluções nas condições mais diversas.

Só aprendendo a pensar com qualidade iremos realizar o vôo de Ícaro, a viagem às profundezas mais distantes dos oceanos previstas por Júlio Verne ou, até mesmo, a amar de forma profunda e infinita como nas obras de Shakespeare...

João Luís Almeida MachadoEditor do Portal Planeta Educação; Doutorando pela PUC-SP no programa Educação:Currículo;Mestre em Educação, Arte e História da Cultura pela Universidade Presbiteriana Mackenzie-SP;Professor universitário e Pesquisador atuando no Centro Universitário Senac em Campos do Jordão;
Fonte para consulta dos nossos Professores: